sábado, 8 de março de 2014

JESUS, DELÚBIO E JOSÉ(s)

Os nomes acima não são naturalmente associáveis na mente das pessoas. Um religioso convicto tem em mente que é mais associável os nomes: Jesus, Maria e José. O que pretendemos, entretanto, não é a clássica associação da família Nazarena. Dos nomes mencionados no título desta reflexão o único bíblico, essencialmente falando, é o de Jesus. E o que dizer de Delúbio? Certamente este não é um nome bíblico, e, no caso do Delúbio ao qual nos referimos nem mesmo é digno de figurar ao lado do nome do Filho de Deus. Que me perdoem os Delúbios que são pessoas íntegras. E José? De José a Joseph ou Joe, este é um nome comum em várias línguas. Nome pelo qual foram chamados grandes homens da história, tanto bíblica quanto secular.

Eu teria todos os motivos para gostar do nome José, nome de centenas de Josés que conheci nesses cinquenta e três anos de vida..., nome de um de meus irmãos, de meu sogro e de meu saudoso pai, homem íntegro e lutador que deixou a mim e a meus irmãos um exemplo de honra. Em seu túmulo, no Cemitério São Francisco, na cidade de Candeias, MG, nossa terra natal, encontra-se um epitáfio que foi composto por mim, a pedido de minha família: “O tempo não pode apagar, nem a vida fazer esquecer; sua voz nos ensinado a amar e seu exemplo nos ensinando a viver”.

Mas, eis que surgem outros Josés, não um genuíno, mas um Genoíno, que ao lado de outro José (Dirceu) e de Delúbio (Soares) me fazem reaprender a força de um ensinamento de Jesus. Antes que alguém me julgue louco quero explicar o porquê...

Segundo o relato de Mateus Jesus afirmou: “Peçam, e vocês receberão aquilo que pedirem. Procurem e vocês acharão. Batam, e a porta se abrirá”. Pois todo aquele que pede, recebe. Qualquer um que procura, acha. Se vocês apenas baterem, a porta se abrirá”. Mateus 7:7,8 A Bíblia Viva.

Durante a minha vida eu sempre tive dificuldade em pedir. Especialmente no que tange a pedir ajuda financeira ou material. E não se tratava de ter vergonha de pedir para mim, porque nunca gostei de pedir qualquer coisa mesmo para ajudar outras pessoas. Campanhas de alimentos, recolta ou o que fosse; eu tinha vergonha de pedir. Quando precisava fazê-lo era à custa de relutância. Mesmo com o claro ensino de Jesus eu ainda tinha dificuldades até que José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal a pagar multas pelos danos que eles causaram ao erário e ao povo brasileiro.

Eles, diferentemente de mim, não tiveram vergonha e, de certo, modo colocaram em prática para fins de interesse pessoal o ensino de Jesus no texto citado acima. Eles pediram ao povo, através de uma campanha de arrecadação de fundos através da internet e, pasmem, arrecadaram juntos em algumas semanas aproximadamente dois milhões e seiscentos mil reais! De fato eles pediram e a eles foi dado...

E eu? Pastor de igrejas com desafios enormes, sem recursos financeiros para abrigar em um simples templo próprio a maioria dos irmãos de meu distrito, tendo que vê-los se apertarem em uma garagem que mal cabe um carro, como é o caso de Pratinha, MG onde mais de 25 pessoas congregam em um espaço de aproximadamente 20 metros quadrados. Eu TINHA vergonha de pedir... TINHA! 

Acordei para o fato de que represento o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e que preciso de recursos para fazer avançar a pregação do Evangelho. Tenho cidades em minha região precisando de que se lhes dê a mensagem da breve volta de Jesus e não posso me calar diante de tamanho desafio. Vejo pessoas escravizadas pelos vícios, infelizes e sem Deus na vida...

Dizem que as pessoas sempre nos ensinam algo, mesmo as ruins. Dizem até que de satanás podemos aprender que ele não desiste, mesmo tendo a causa perdida (Apocalipse 12:7-12).

Obrigado José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, porque aprendi com vocês que a gente não deve ter vergonha de pedir... ainda mais se o motivo for nobre, então, não há porque ter vergonha.

Se você leu este artigo, lembre-se que você pode colaborar com a Missão Global Araxá: Nossa Missão é pregar, a promessa de Deus é converter!


Não pense que apenas grandes valores são esperados. Na Missão global, cada real se transforma em mensagem de salvação!

Você pode entrar em contato comigo pelo e-mail: pastorcarlosmelo@gmail.com, Facebook: Carlos Melo de Castro, Twitter @pastormelo e pelos telefones: (34) 3661.8032 - 9112.8733 (TIM) e 9828.1668 (Vivo).

               Irmãos de Pratinha, MG, em frente à pequena garagem onde se reúnem.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

KISS: O BEIJO DA MORTE.



Quem não gosta de um beijo? Beijo na testa, no rosto, na mão ou na boca... Depende de quem o dá e de quem o recebe para determinar sua importância para nós. Todavia, com um beijo sela-se uma cerimônia matrimonial ou executa-se uma traição adúltera ou ainda uma traição de amizade como fez Judas com Jesus. Há beijos sinceros e falsos, dados ou vendidos, respeitosos e escandalosos... Há beijos de todas as espécies.

Assim como em português, a palavra inglesa KISS significa beijo. Eu poderia ter boas lembranças desta palavra de origem anglo-saxônica, afinal, em minha infância ouvia-se sempre o Rei do Rock and Roll, Elvis Presley cantar “kiss me quick”. Poderia também pensar na marca de bala Kiss, de delicioso sabor refrescante, mas, desgostei-me desta palavra quando ela tornou-se o nome da famosa banda americana de heavy metal Kiss formada em Nova York em 1973, conhecida mundialmente por suas maquiagens e por seus shows que incluem coisas exóticas como guitarras esfumaçantes e pirotecnias. Dizem alguns, não sei se é verdade, que a sigla do grupo significa Knights in satan service (cavaleiros a serviço de satanás). Se considerarmos que eles tem usado fogo e sangue além de uma enorme serpente mecânica e fortemente iluminada que no auge do show é reverenciada por todos, então, fica mais fácil acreditar no significado da sigla.

Tenho cá meus motivos para não gostar do nome e acrescento agora mais um motivo para não ter boas lembranças de Kiss: a tragédia da boate na cidade gaúcha de Santa Maria com um saldo funesto de 234 mortos e centenas de pessoas traumatizadas pelo resto da vida.

Dizem que a iminência e proximidade da morte fazem que seus sobreviventes tomem atitudes diferentes daí em diante, alterando sua escala de valores, referentes a pessoas e coisas. Para muitos, parece ser necessário ser vitimados por algum mal para que aprendam a valorizar a saúde e a vida.

Nosso país parece estar a reboque dos acontecimentos para tomar atitudes. Quase sempre não há ação, mas, re-ação aos fatos e tragédias. Por algum tempo as autoridades ficarão alerta sobre as normas de segurança de locais públicos, mas, até quando? 

Parece que é necessário haver tragédia para haver cumprimento da lei. É necessário que morra alguém importante para que uma estrada seja corretamente sinalizada? É necessário ver o cólera, a dengue ou a gripe H1N1 dizimarem centenas de pessoas para que nos tornemos mais precavidos, mais conscientes de nossa responsabilidade coletiva?

Quando houve aquela tragédia em uma escola do Rio de Janeiro, o assunto foi pauta para se vender notícia por mais de uma semana. Autoridades e especialistas vieram a público falar das providências que deveriam ser tomadas... E foram? 

As casas que deveriam ser construídas para que as pessoas fossem retiradas das áreas de risco no Estado do Rio foram construídas? Que nada!

Certamente que alguns discordarão veementemente de mim no todo ou em parte. Poderão até lembrar-me do famoso provérbio popular: antes tarde do que nunca... Eu posso afirmar que o tarde para aqueles mortos e suas famílias é nunca!

 A grande ironia é que a razão social da boate Kiss é: Santo Entretenimento Ltda. Este foi um maldito entretenimento escolhido por aquele grupo de pessoas naquela noite. Marcará para sempre a história da cidade de Santa Maria e de todas as famílias, amigos e colegas das vítimas. Mas há perguntas que precisam de respostas:

Ficamos chocados com a morte de 235 pessoas de uma só vez? Todavia morrem nas estradas brasileiras, em média, 100 pessoas por dia! Estradas e pontes mal cuidadas, cheias de buracos, curvas escorregadias, asfalto de péssima qualidade, motoristas irresponsáveis que confiam na impunidade, motoristas de uma enorme frota de caminhões que vivem diuturnamente sobre o volante à base de rebites, trazendo atrás de si cargas acima do peso permitido, num círculo vicioso que mata e aleija vidas e sonhos.

E se falarmos das pessoas assassinadas, vitimadas pela violência familiar, pelo tráfico de drogas? E os que morrem por falta de atendimento médico de urgência em nossos hospitais? E os idosos e crianças maltratados por babás e cuidadores sem escrúpulos? E as pessoas mutiladas pelo exercício ilegal e irresponsável das clínicas de estética e abortos clandestinos?

Quando começamos a enumerar nossas tragédias de cada dia percebemos que pouco ou quase nada se tem feito para minimizar a miséria humana ao nosso redor.

François de La Rochefoucauld afirmou com propriedade que “todos temos força suficiente para aguentar os infortúnios dos outros.” Mas, apenas quando provarmos de algum modo o infortúnio, aprenderemos a valorizar a felicidade simples de cada dia? Apenas quando sentirmos o beijo da morte aprenderemos a valorizar a vida?

C. S. Lewis nos lembra do quão importante é aprender lições das tragédias porque "fora de todos os eventos humanos, é só a tragédia que traz as pessoas para fora dos seus próprios desejos mesquinhos e na consciência de outros seres humanos".

“Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação, que nos conforta em todas as nossas tribulações, para que, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus, possamos consolar os que estão em qualquer angústia!” 2 Coríntios 1:3-4

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

QUEBRANDO O CÍRCULO



Era uma vez um casal que começou sua vida conjugal adotando um filho cujos pais haviam falecido. Este casal deu ao filho adotivo o nome de Janus e estavam felizes e cheios de esperança com o futuro dele, mas, dentro de algum tempo Janus faleceu. E isto aconteceu no exato dia em que aquele casal recebia nos braços seu filho Februus. A perda de Janus foi compensada em parte com a alegria que Februus trouxe ao casal.

Tristemente Februus também faleceu quando nascia o terceiro filho chamado de Marcius. E assim, a saga deste casal era sempre marcada pela chegada de um filho ao mesmo tempo em que falecia o outro. Marcius foi embora quando Aperina chegara. Aperina amava ver as flores se abrindo e era tão sonhadora quanto sua irmã May, que chegou quando esta dava seu último suspiro, o que também aconteceu com a tímida June, nascida em meio ao infortúnio da perda de May.

June faleceu quando seu irmão Julius deu seu primeiro choro e quando Julius faleceu depois das férias escolares do meio de ano, Augustus chegava com ar de menino sério. Ele foi diferente de seu irmão que nascera no dia de sua morte: Set. Este alegre menino gostava de flores e árvores coloridas, mas faleceu enquanto nascia seu irmão Octávius, observador e reservado como ele só. 

Depois nasceu Weber e, enquanto este falecia, nascia um menino de comportamento contraditório: às vezes ficava sério e preocupado e às vezes ria e se alegrava como se todas as tristezas se esvanecessem como mágica. Este era Décius que todos chamavam carinhosamente de Dedé.

Quando Décius morreu, sua mãe esperava outro bebê, mas a morte do 12º filho foi demais para aquele casal, que por sua vez sucumbiu diante da morte. O pequeno órfão foi imediatamente adotado por um casal amigo que, num gesto de carinho deu o nome ao pequeno de Janus. E a estória se repetiu e se repetiu exaustivamente ao longo da vida...

Esta estória é um retrato da realidade. De um ciclo que parece interminável...

A Bíblia relata no livro da gênese humana - Gênesis capítulo cinco - algo muito parecido. Desde Adão até Noé, a sequência inexorável da morte é algo triste de ser contemplado. 

Um após outro, os filhos de Deus vivem uma sequência com um fim mórbido: nascem, crescem, se casam, têm filhos e por fim morrem. Se lêssemos apressadamente Gênesis capítulo 5 e nada mais, não haveria motivo para alimentar qualquer esperança de um futuro diferente, que não passasse pela imutável sequência fatídica da vida e da morte. Mas há um fato que quebra este circulo vicioso da morte. No verso 23 lemos: “Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos”, e onde se esperava ler “e morreu”, como nos demais, lemos, todavia:” Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou.”

O ciclo vicioso da morte foi quebrado porque alguém andou com Deus todo o tempo e Deus o levou, não pela morte, mas o levou para continuar sua existência ao lado dEle.

Por tais coisas temos a esperança. E a Esperança é o combustível da vida. A Esperança é Jesus. O apóstolo Paulo fala do círculo virtuoso da esperança: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado." Romanos 5:3-5.

Pelo poder do Espírito Santo precisamos fazer planos para que 2013 não seja mera repetição de 2012. Aqueles que não tem fé vivem na repetência de uma existência vazia, numa triste aplicação do que a Bíblia afirma: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós.” Eclesiastes 1:9-10.

Segundo Lewis R. Walton, “tem-se dito que os que deixam de aprender da história estão fadados a repetir seus erros. Para os Adventistas do Sétimo Dia esta declaração é mais do que um clichê. É uma certeza”.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

QUANDO A RAZÃO PERDE A RAZÃO

Lembrando-me da série televisiva de ficção científica dos anos 60 (sei que muitos leitores nem haviam nascido ainda) Star Trek, conhecida no Brasil como Jornada nas Estrelas (a série original) vem à minha mente a figura exótica do meio-vulcano e meio-humano Spock interpretado por Leonard Nimoy.

Diante de algumas situações ou declarações nas quais estavam envolvidos os seres humanos da nave Enterprise, o primeiro oficial comandante Spock proferia algumas palavras, tais como: intrigante, fascinante e ilógico.

É intrigante e fascinante a capacidade humana de reagir diante do que acontece no mundo, no seu trabalho ou em sua casa. O ser humano, inquestionavelmente tem a capacidade de expressar seu contentamento ou desaprovação diante dos fatos e das palavras. Nesse quesito, nem todos somos capazes de agir ou reagir da forma adequada.

Um de meus professores de línguas bíblicas e língua portuguesa no Seminário de Teologia, o saudoso professor Pedro Apolinário, afirmava que, toleram-se os tropeços nas palavras, na linguagem coloquial do cotidiano, mas, jamais podem ser tolerados os tropeços de quem se dedica à arte de expressar-se através da linguagem escrita. Ele dizia: “o escrever torna (ou deve tornar) o homem preciso”.

Quando pessoas se apressam em emitir sua aprovação ou desaprovação, agrado ou desagrado diante dos fatos da vida, não se apercebem que podem até ser “precisas” em suas palavras, todavia, levianas quando os aspectos a serem considerados são as consequências de suas palavras.

Muitas vezes, um e-mail, carta ou outra forma de comunicação escrita (formal ou informal) pode causar uma repercussão desagradável e incontrolável. No passado, dizia-se que “as palavras são como um saco de penas lançadas do alto de uma montanha. Uma vez que alguém as lance, jamais conseguirá reuni-las, todas, outra vez”.

Neste mundo cibernético, podemos afirmar que um e-mail, mensagem ou post nas redes sociais, uma vez tendo sido apertada a tecla “enter” ou clicado “enviar” não pode mais ser controlado. Uma vez postado, ninguém tem mais controle sobre o que se postou. “Caiu na rede é peixe”, deu lugar a “caiu na rede é perigo”.

Alguém que, dentro dos seus direitos e sua privacidade, abre mão de coisas tão preciosas pelo simples impulso de “postar” palavras sem pensar, certamente poderia ouvir o veredito do inesquecível personagem de Nimoy: ilógico, uma das palavras prediletas de Spock. E assim a razão perde a razão!

Como afirmou Diogo Bercito, “a internet e os elefantes têm algo em comum: eles nunca esquecem!”.

"A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto." Pv 18:21


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

NOVO REI, NOVAS LEIS, MAS A MESMA VERDADE...

Gosto de me lembrar das máximas que meu pai nos dizia na intimidade familiar. Ele era um homem simples, a começar pelo nome, José. Era feliz, inteligente e sábio. Vez em quando, me pego repetindo suas frases simples, mas cheias de uma verdade estonteante. Uma dessas frases era: “Meu filho, para bom empregado não existe patrão ruim”.

Quando analisamos a verdade que emerge da frase acima, somos levados a concordar com ela – excetuando os patrões de fato ruins – uma vez que em certa medida a benevolência ou malevolência humanas têm um elemento de reciprocidade inerente. Analisemos: Um empregado que chega sempre atrasado, mas é pontual na hora de ir embora; que reclama do trabalho; que faz corpo mole; que parece sempre insatisfeito com o salário e com as funções a ele atribuídas; que sempre reclama o bônus, mas não quer arcar com o ônus do ofício... Pode esperar uma contrapartida do empregador que não seja diretamente proporcional ao seu comportamento?

Constantemente ouço as pessoas reclamando do governo. O governo é corrupto; o governo cobra demasiados e exorbitantes impostos enquanto não faz investimentos públicos necessários ao bem-estar geral: saúde, transportes, estradas, segurança pública, educação e por aí vai... Muitos desses queixosos são especialistas em burlar a lei, sonegar impostos, poluir o ambiente e um sem-fim de outras coisas e atos que revelam egoísmo e absoluta falta de comprometimento com o próximo ou com o senso de coletividade. Outra vez podemos ver o antagonismo recorrente entre o que se deseja de outrem e o que se pratica na individualidade.

E não é assim em outras facetas da vida humana? Nos relacionamentos afetivos e até mesmo no aspecto espiritual? No que tange ao último, até uma não-oração foi forjada em imitação inversa ao proposto na oração do Pai Nosso: “venha a nós o teu reino, tudo; seja feita a tua vontade, nada!”

Voltemos ao bucólico ditado de meu pai. De certa forma, as pessoas que estão na ativa, na qualidade de funcionários, quer públicos ou privados, são sempre liderados ou chefiados por outras pessoas. Quando alguém é transferido de setor, área, localidade ou função ou mesmo quando há mudanças na hierarquia de sua área de atuação existe grande probabilidade dessa pessoa se deparar com um novo líder ou chefe, gerente ou outra função equivalente. Quase sempre tal probabilidade causa apreensão e ansiedade porque geralmente tememos o desconhecido. Em se tratando de segurança, quase sempre as pessoas preferem o feio conhecido ao belo prometido.

Em qualquer das situações mencionadas, o ditado de meu saudoso pai continua verdadeiro e reflete uma lógica tão simples: não há o que temer quando fazemos a nossa parte com responsabilidade e equilíbrio, quando nos preocupamos mais em ser um colaborador adequado do que em ter um líder apropriado. Ouso, então, afirmar que para mim, a preocupação não está em quem vai me liderar no futuro próximo ou distante, de onde essa pessoa virá, sua aparência, seu nome ou se será boa ou ruim. Eu farei a minha parte, e, se meu velho pai tiver razão como muitas vezes demonstrou ter, posso afirmar sem medo de errar que a mim não importará se o rei for Rui ou se o Rei for Ruim...

“Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens.” Romanos 12:18

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A ORAÇÃO DA OVELHA - Autor Desconhecido


TU, SENHOR, QUE TE APRESENTASTE COMO O BOM PASTOR PARA EXPLICAR TEU AMOR AOS HOMENS, AJUDA-ME A SER UMA BOA OVELHA.

QUE EU NÃO DESEJE ESCAPAR DO REDIL E QUE NUNCA ME ATRAIAM AS ALTURAS DAS CABRAS MONTESAS PARA ZOMBAR DO PASTOR E MORDISCAR O HORTO PROIBIDO.

OFEREÇO-TE MINHA MEDIOCRIDADE DIÁRIA DE OVELHA, PORQUE TU ME ACEITAS E ME QUERES ASSIM MESMO.

DÁ-NOS UM PASTOR QUE SE ASSEMELHE A TI, QUE NOS CONDUZA A BONS PASTOS E QUE NÃO SEJA MERCENÁRIO.

ESCOLHE PARA ELE AUXILIARES QUE NOS GUIEM E REÚNAM, MAS QUE NÃO SE COMPRAZAM EM ASSUSTAR-NOS OU CASTIGAR-NOS.

DA-LHE JUVENTUDE PARA PERMANECER CONOSCO NOS MONTES, E CURAR NOSSAS FERIDAS.

QUE NÃO TENHA VERGONHA DE CHAMAR-SE PASTOR DE OVELHAS – TU NÃO A TERIAS – E ISSO NOS ALEGRA.

ASSIM ESTAREI SEGURA DE QUE, SE ALGUM DIA FICAR PERDIDA NO MONTE, ELE VIRÁ BUSCAR-ME E ME LEVARÁ SOBRE SEUS OMBROS, FELIZ, DE VOLTA AO REDIL.